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Sustentabilidade: a atitude do bom exemplo

Nossas atitudes têm influência enorme em nossas vidas e também no futuro do planeta. Não dá mais para subestimarmos o impacto que causamos no meio ambiente e na vida das pessoas.

Por isso, que tal pararmos para refletir sobre como adotarmos novos comportamentos para proteger a natureza, incentivar a evolução da humanidade em todos os sentidos, inclusive o econômico e o social?

Comecemos pela sustentabilidade, que a primeira vista, pode parecer assunto da área de conhecimento ambiental, que interessa apenas àqueles que trabalham ou estudam sobre o assunto. Ou talvez, uma palavra do discurso de pessoas que querem se destacar, afinal o termo está ligado à economia, à sociedade e ao meio ambiente.

Mas, de maneira geral sustentabilidade significa atender as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das próximas gerações.

De forma prática, compreende a preocupação com o meio ambiente, o consumo consciente, a educação para todos e o respeito às diferentes formas de cultura.

Sustentabilidade tem a ver com a maneira que separamos o lixo que geramos, com a escolha da energia, o transporte que usamos. O simples gesto de fechar a torneira ao escovar os dentes ou apagar as luzes. Também consiste em comprar produtos de empresas socialmente responsáveis, envolver-se com a comunidade em busca de melhorias para todos.

Mas, nem todas as pessoas estão preparadas para viver a Sustentabilidade.

Um dia desses presenciei uma cena que provocou no mínimo indignação nas pessoas que passavam pelo local: um pai com seu filho de apenas 5 anos comprou um desses salgadinhos para a criança e ao terminar de comer tirou a embalagem da mão do filho e a jogou na calçada. Não acreditei naquela cena, mas assisti atentamente o desfecho da história.

A criança pediu ao pai que jogasse a embalagem no lixo. O pai não deu a menor atenção, então a criança pegou a embalagem e a guardou na sua mochila. Já distante do ponto no qual tinha ocorrido o fato, o menino tirou a embalagem da mochila e a jogou numa lixeira. Uma atitude simples de uma criança com apenas 5 anos de idade.


Esta história nos faz refletir: será que as futuras gerações serão órfãs do exemplo social, ambiental e econômico de hoje? Onde está a atitude do bom exemplo?


Pratique a sustentabilidade hoje mesmo!

Cidadania

.     No trabalho: procure reutilizar papéis, ou revisa o texto no computador. Prefira copos retornáveis, as canecas ou copos de vidro. Crie uma comissão de bem-estar e cidadania na sua empresa.

.     Investindo: Quando tiver um dinheiro extra, peça seu gerente para aplicar em investimentos socialmente responsáveis – eles farão que seu lucro venham de empresas socioambientais.

.     Pense nos outros: não desperdice comida. Antes de desperdiçar comida, lembre-se que no Brasil 12 bilhões de alimentos são descartados todos os anos. Esse dinheiro seria suficiente ara alimentar 8 milhões de famílias.

.     Respeito às diferenças: incentivar a construção de rampas para facilitar o acesso de cadeirantes e idosos, assim como a sinalização especial. 

.     Seja voluntário: muitos grupos de apoio a pessoas menos favorecidas buscam membros para colaborar com trabalho ou apenas uma visita.


Consumo

.     Ao adquirir um carro, avalie qual o melhor modelo e opte por aquele que impacte menos no meio ambiente. Faça regulagens periódicas, como a troca de óleos no prazo indicado e a verificação do filtro de óleo e ar. Tudo isso ajuda a poupar gasolina e despejar menos gás carbônico no ar.

.     Pra que pegar trânsito? Pense nas coisas que podem ser feitas sem deslocamento de carro. E caso precise, opte por coletivos ou carona solidária, pelo menos duas vezes por semana.

.     Ao limpar a área externa de casa, use a vassoura. Usar a mangueira pra “varrer a sujeira da calçada” só gasta o precioso líquido de maneira desnecessária.

.     Retire da tomada o plug de qualquer aparelho eletrônico, pois o modo stand-by continua a consumir energia.

.     Na compra de eletrodomésticos opte por aqueles que trazem o selo Procel ou Ernergy Star.

.     Sempre que puder utilize a luz natural, abra portas e janelas, além de economizar energia, o ambiente ficará mais fresco. Substitua a energia elétrica por uma fonte alternativa como a solar. Já existem muitos produtos, de lâmpadas de jardim a carregadores de bateria de celulares, com essa tecnologia.

.    Colabore com a reciclagem: não custa nada fazer a separação dos resíduos. Isso faz uma diferença enorme no meio ambiente, além de ajudar famílias que vivem da renda da reciclagem.


Júnia Carvalho, relações públicas, MBA em Gestão Estratégica de Negócios, é gestora de projetos da Oito Eventos Corporativos, Cultura e Sustentabilidade.

  

 



Coca Cola Content 2020 Part Two




A importância do Storytelling de uma Marca

Storytelling pode ser resumido em sete etapas: ouvir, aprender, descobrir, explorar, criar, comunicar e encantar.

O processo aborda a prática de saber ouvir o cliente e outros atores do processo, aprender sobre o negócio e descobrir a sua história (ou outras histórias a serem contadas) e finalmente explorar essas histórias, suas variações e implicações para criar conceitos, campanhas e peças que possam encantar o consumidor final.

A Coca Cola apostou nesta ferramenta de marketing e lançou o Content 2020 sobre os planos e estratégias da marca até 2020. Além de ser uma linda apresentação, ela revela as idéias da marca de como se relacionar com os seus públicos por meio do Storytelling.

No vídeo, a Coca Cola enxerga um novo mundo líquido, no qual a marca se posiciona como estrela guia. A empresa aborda um modelo de conteúdo colaborativo, mas também adaptativo e contínuo. Mas, essa co-criação depende de cinco princípios básicos que a Coca Cola valoriza e acredita estar em sintonia com seus públicos:

.  Inspirar a participação
.  Conectar essas mentes criativas
.  Compartilhar os resultados
.  Desenvolver-se continuamente
.  Medir o sucesso

Contextualizando, além de falar de branding e de estratégia de mercado, as empresas precisam contar as suas histórias por meio de ferramentas de comunicação (considerando os perfis de cada público) que promovam a transparência de suas práticas e o diálogo com as partes interessadas. Neste caso, o Storytelling da marca pode ser um bom começo.
Júnia Carvalho relações públicas, MBA em gestão estratégica de negócios é gestora de projetos da Oito Eventos Corporativos, Cultura e Sustentabilidade.




Por Júnia Carvalho

O mundo atual e os ambientes competitivos têm exigido cada vez mais que as organizações estruturem programas de qualificações e ferramentas de comunicação capazes de interagir os setores da empresa buscando a promoção das práticas do sistema de gestão, mas, sobretudo ganhos qualitativos no clima organizacional que impactem positivamente, e às vezes de forma quantitativa, no relacionamento dos colaboradores com o cliente.

As pessoas têm percepções diferentes, trazem em sua bagagem cultural vivências que nem sempre condizem com os valores culturais das empresas nas quais trabalham.

As organizações constituem-se de diretrizes, elementos que formam sua identidade revelando-a em seus serviços, nos seus produtos e nas pessoas que com ela interage. São seus valores, sua política, a visão que enxerga o futuro, os objetivos estratégicos e sua a missão - o motivo da sua existência.  

Do lado de fora da organização esta identidade se concretiza nas ações da empresa e transforma-se em imagem, o que o cliente, o mercado e as partes interessadas enxergam da empresa.




A correlação existente entre identidade e imagem da organização só é permitida em função da sinergia entre setores da empresa e um bom planejamento de marketing.  

A essência do marketing traz a combinação de quatro elementos (preço, produto, ponto e promoção) que estrategicamente trabalhados funcionam como direcionadores dos caminhos os quais as empresas devem percorrer para tornar o negócio perene.

Entretanto, há um fator que influencia exponencialmente na construção da identidade sólida de uma empresa: o seu público.

Em 1996 o consultor de empresas Saul Faingaus Bekin, após uma experiência vivida numa multinacional identificou problemas como baixa integração entre os departamentos e visões divergentes sobre funções de cada um deles o que impactava na produtividade e, sobretudo nos objetivos estratégicos da organização. Nascia então o Endomarketing.

O endomarketing é uma ferramenta que contribui para incentivar o público a compartilhar os objetivos organizacionais. Corresponde em integrar colaboradores com as diretrizes estratégicas da empresa abrangendo a cultura, o clima organizacional, a missão da empresa, os seus objetivos, valores e a visão de futuro, de maneira que estes colaboradores sintam parte dos processos, produzindo não somente por questões financeiras, mas por constituírem a cadeia de valor da organização.

Analogamente a Empresa corresponde ao Produto do composto de marketing, pois é “vendida” às pessoas a partir de tudo que entrega aos seus colaboradores em troca do trabalho que realizam, do ponto de vista tangível e intangível, ou seja, seu fluxo de benefícios.

O Trabalho constitui-se no Preço - uma vez que é o valor “pago” pelo indivíduo por tudo aquilo que recebe da organização, e, portanto, quanto mais “cara” a empresa for por ele percebida tanto maior e melhor será seu desempenho.

E o Ambiente é o Ponto que é o local onde ocorre a relação entre empresa e trabalho com dimensões distintas: a tangível dada pelas instalações físicas, e a intangível que conhecemos como clima organizacional.

A Comunicação Interna é a Propaganda ou Promoção, pois estabelece um fio condutor entre os demais fatores do composto para garantir um diálogo fluído na empresa e disseminar critérios para tomada de decisões.

Neste contexto, o resultado eficaz de um programa de endomarketing traz a tona o nível de engajamento das pessoas.

Em pesquisa, a empresa de consultoria Towers Perrin revelou que em 12 meses as empresas com maior índice de engajamento ampliaram o Lucro Operacional em 19% e o Lucro por Ação em 28%, em 36 meses ampliaram sua Margem Operacional em 3,7% em média.

Portanto, há de se considerar, na implantação de um programa de endomarketing os fatores do clima organizacional, da cultura, os aspectos intelectuais que envolvem o público interno, os valores da empresa e as estratégias da organização para que as necessidades sejam atendidas na perspectiva de manter o contínuo engajamento das pessoas, a sinergia entre identidade e imagem da empresa e, sobretudo resultados operacionais cada vez mais eficazes.     

Júnia Carvalho relações públicas, MBA em gestão estratégica de negócios é gestora de projetos da Oito Eventos Corporativos, Cultura e Sustentabilidade.


O diálogo com público interno é o primeiro passo para a implantação de um modelo sustentável


A persistência em um modelo sustentável de negócio contribui para a credibilidade, ao reduzir ou eliminar a assimetria entre o que se diz e o que se faz, conciliando discurso e prática diz Roberto Baraldi, jornalista, assessor de Comunicação da Fiat do Brasil/Grupo Fiat e Diretor do Capítulo Minas Gerais da Aberje em entrevista para o Blog Oito.


Blog Oito: Qual o caminho a ser percorrido pela empresa ao integrar a cultura da Sustentabilidade?
Baraldi: Quando uma empresa decide tomar o caminho da Sustentabilidade, dá início a um processo de diálogo permanente com seus múltiplos stakeholders. Estes fluxos de comunicação devem ser cuidadosamente planejados, pois cada grupo de interesse exige um determinado tratamento e requer informações diferenciadas.

Blog Oito: Você considera que a transparência da comunicação de resultados da empresa sobre a dinâmica da sustentabilidade reflete o seu compromisso com a sociedade? 
Baraldi: Sim. A sustentabilidade se ergue e se mantém simultaneamente sobre os pilares econômico, social e ambiental da atividade, de modo que está baseada na adoção de práticas, processos e normas de produção, relacionamentos e prestação de contas. A transparência e clareza da comunicação de resultados, dos objetivos e compromissos da empresa são inerentes ao modelo sustentável de negócio  e passam a ser exigidos de modo cada vez mais enfático pelos stakeholders, aqueles grupos que influenciam ou são influenciados por suas operações. A coerência entre propósitos, práticas e comunicação é essencial no processo de construção do modelo sustentável.

Blog Oito: Então, a comunicação dos propósitos sustentáveis deve ser trabalhada primeiramente para qual parte interessada da empresa?
Baraldi: Todas são importantes, mas há um que é particularmente sensível: o público interno. Todas as contradições entre discurso e prática serão percebidas primeiramente do lado de dentro dos muros da empresa. Da mesma forma, não é possível mudar processos e práticas sem o ativo engajamento dos trabalhadores. E eles não se comprometem com o que não conhecem ou o que não faça sentido para seu senso comum.

Blog Oito: A comunicação interna na prática da Sustentabilidade corporativa é relevante sob qual aspecto?
Baraldi: O planejamento da abordagem da sustentabilidade para o público interno traz à cena uma das mais nobres faces da comunicação: a educação. A comunicação é um poderoso instrumento de educação e, nesta dimensão, é capaz de melhorar as pessoas, de transformar a cultura organizacional, criar inovação e engajamento em torno de novos e desafiadores objetivos. É impressionante a força da informação quando circula impulsionada pela idéia reiterada de que há uma mudança importante em curso.

Blog Oito: Qual o melhor modo de construir um modelo sustentável considerando o processo comunicativo?
Baraldi: O melhor modo de construir um modelo sustentável de negócios é começando pela própria força de trabalho e pelos gestores da empresa, para, a partir de resultados concretos construídos um dia depois do outro, ampliar posteriormente o raio de alcance do próprio processo comunicativo.

Blog Oito: O Fiat Group em 2009 foi admitido nos índices Dow Jones Sustainability (DJSI) World e Dow Jones Sustainability Europe, inserindo-se entre as empresas com ações cotadas em bolsa que adotam as melhores práticas sustentáveis. Naquele momento, qual foi o instrumento de comunicação interna adotado pela Fiat para informar o público interno sobre a perspectiva sustentável convergente do grupo? 
Baraldi: A revista bimestral Mundo Fiat, devido às características mobilizadoras da linguagem jornalística, mais adequadas para uma ação com foco educacional. Na edição especial o conteúdo temático privilegiou uma introdução à sustentabilidade, alinhamento de conceitos e relatos das práticas das empresas que compõem o grupo. O tom do discurso da edição foi o de um grupo empresarial a caminho da sustentabilidade, isto é, mobilizado na busca e difusão interna de informações e das melhores práticas de sustentabilidade disponíveis como benchmarking.

Blog Oito: Qual a contribuição do líder para incentivar o alinhamento entre conceitos e práticas sustentáveis no cotidiano da empresa?
Baraldi: Os líderes precisam estar convictos de que tudo o for escrito e declarado deve necessariamente corresponder a uma prática, a um objetivo ou compromisso, a ser observados e ratificados diariamente. É preciso que os líderes mostrem na prática que se apropriaram do discurso da sustentabilidade e que a partir dele orientam sua atuação cotidiana. Afinal, nada é mais pedagógico do que o exemplo.